Quando o amor deixar de ser um jogo, você vai parar de mensurar as perdas e os ganhos por estar com esta ou aquela pessoa.
Todo jogo é perverso e, ainda que tenha regras bem definidas, há sempre alguém estudando um jeito de quebrá-las, de se dar bem, de mostrar que é mais esperto ou tem mais força.
Quando o amor deixar de ser um jogo, você vai deixar de conter o riso e não vai mais se esforçar, para esconder aquele brilho nos olhos atrás daqueles óculos escuros que você usa há tanto tempo.
Jogos são desgastantes: exigem expectadores, torcidas inflamadas, barulho, holofotes, muita gente que não joga dando opinião, pagamento de ingressos.
Amor não é um jogo.
É, no máximo, uma brincadeira, um ritual pra dois, assim, silencioso, mas pleno. Onde ninguém quer se dar bem, só fazer bem.
Às vezes, você entra num jogo, só para provar algo para alguém. No amor ninguém é obrigado a nada, nem a ser feliz, pois qualquer obrigação o descaracteriza como AMOR.
Dependendo do nível do jogo, alguém tem que morrer, para você viver. No amor, você é quem morre (e de bom grado), para alguém viver.
Quando o amor deixar de ser um jogo, você vai enxergar a pessoa amada como um parceiro, como uma extensão de você mesmo, que precisa ser ajudado e amado. E não como um oponente que você precisa derrotar.