SOBRE AMORES NÃO CORRESPONDIDOS

SAUDADE- AMORES NAO CORRESPONDIDOS-36739827_2238299006187312_5870777572698095616_oEu nunca tive medo de amor não correspondido.

Amar e não ser amada na mesma proporção nunca me frustrou.

Ah, já vivi tantos amores platônicos, impossíveis… E todos foram segredados nos diários da adolescência ou no ouvido da melhor amiga!

Amor não correspondido é fábrica de endorfina, faz a gente rir à toa, ter pena de formiga, escrever poesia.

É autossustentável, basta-se.

Não faz estragos na vida de ninguém. E, se houver algum prejuízo, quem o alimenta sempre paga a conta sem reclamar. Então, com o tempo, se não vingar, é guardado ou esquecido numa gaveta qualquer da memória.

O meu verdadeiro terror sempre foi o amor de mentirinha: aquele barulhento, glamouroso, superdimensionado, contado aos quatro ventos nas ruas e nas redes sociais, não com o intuito de inspirar, mas de despertar a cobiça das pessoas mal-amadas, malcasadas, mal acompanhadas, mal comidas…

Desse tipo de amor, eu me pelo de medo, porque nunca é como demonstra ser!

Quando os celulares descarregam, quando as portas se fecham, o sorriso vira carranca, o abraço vira solidão.

E o amor de mentirinha sobrevive como sobrevive o Teatro: de beijo técnico, de performances, de belos atores, de textos bem ensaiados…

A única diferença é que, no final, não há ninguém para aplaudir o espetáculo.

Lídia Vasconcelos

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Sobre Lídia Vasconcelos

Professora de Língua Portuguesa, poeta e escritora de sonhos. Amo gatos.
Esse post foi publicado em amor, Crônica, felicidade, Romance, vida e marcado , , , , . Guardar link permanente.

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