Dia desses, eu estava numa das minhas turmas do 9º ano, corrigindo e registrando algumas atividades.
Eu combinei com meus alunos que eles receberiam uma “notificação”, se deixassem de fazer três atividades seguidas. Essa notificação consiste em tornar os pais cientes da situação e, vamos combinar, nenhum aluno gosta de recebê-la. Eu também não gosto de dar, mas às vezes é necessário.
Pois bem, numa turma de 30 alunos, eu já tinha uma “listinha negra” de 6 e comecei a falar os nomes. Um dos alunos da lista havia faltado naquele dia, então,quando falei seu nome, um garoto que estava sentado lá no fundo da sala deu um salto e veio correndo em minha direção:
– Professora, professora!
Fiquei até assustada com tanta euforia.
– Que foi, meu filho?
– Professora, eu moro perto dele, se quiser, eu levo a “ocorrência”!
Parei por um instante, fixei o olhar no menino, sem acreditar no que eu havia acabado de ouvir e falei:
– Misericórdia!!! Essa disposição toda é só pra levar uma má notícia pro seu colega?
Ele riu amarelo.
– Volte pro seu lugar e, da próxima vez, use essa sua animação apenas para fazer o bem e para levar boas notícias.
Fiquei triste, sabe? Infelizmente esse meu aluno é apenas o reflexo da “disposição equivocada” do mundo atual.
As pessoas se apressam para fazer o mal, para repassar informações de dor ou de vergonha; mas quando a notícia é boa, parece até que, de repente, os canais DIGITAIS voltam a ser ANALÓGICOS e que as pessoas andam em câmera lenta!
Faz tempo que a Palavra de Deus destaca a beleza dos pés das pessoas que se apressam para propagar alvíssaras: “Quão formosos são, sobre os montes, os pés dos que anunciam as boas novas; dos que proclamam a paz; dos que trazem boas noticias…” (Isaías 52:7).
Belos não são os pés limpos, perfumados, com unhas pintadas e aparadas; belos não são os pés que desfilam em sapatos caros nem os velozes que ganham maratonas.
Belos sempre foram e sempre serão os pés que se apressam, que correm e que não deixam para amanhã uma boa notícia de paz.