O MISTÉRIO DA LUA
E toda vez em que a lua aparecia,
Redonda e brilhante naquele céu,
A mulher incendiava, enlouquecia,
Tirava da rubra face o negro véu.
Era pura atração, somente magia,
O corpo evolava o cheiro das marés;
O silvo dos ventos era sua cantoria,
As nuvens estavam sob seus pés.
Ficava meio tonta, meio afetada,
Singrava, serena, no meio da rua.
Todo o seu desejo se escancarava,
Ela morria, e renascia, na luz da lua.
Então sorria, dançava, e gozava!
O amor pulsava e lhe doía na veia.
Quando raiava o dia, ela chorava,
E esperava pela próxima lua cheia.
Lídia Vasconcelos